quinta-feira, 9 de abril de 2009

Uma Santa Páscoa


Enfim, flutuante e proeminente tufo montado em finíssima filigrana de bronze marmóreo, reluzindo estampa de madeixas fantasia, escolhe em cada um de nós, um suspiro.
Mais tarde, um verdadeiro blazer pincelado a reposteiro, devidamente almofadado, às tantas capaz de botões sexualmente simétricos e proponente de lapela acolhedora com lenço lá dentro, soerguido, quase flamejante, alcança para lá do qualitativo.
Mais tarde ainda, muito mais tarde, confiantes e resolutos, paramos em terras de luxúria carnal e pelo chamamento de voluptuoso cordame, vislumbramos faíscas do Senhor, embalado por convincente crucifixo, coisa em si de trezentos e setenta e cinco gramas de prata de lei que sabemos governar os recifes profundos do mistério.
Por fim, febris e ofegantes, assim exploradores incrédulos perante inusitadas visões, eis que se abrem para lá da divina Substância, tórridas savanas capilares, como que sedosas promessas levemente sacudidas por fervorosas brisas, receptáculos inebriantes colhendo para seu abrigo os seres, os bichos e as senhoras de meia idade.
Tudo isto me saiu montado num daqueles pequenos ovos da Páscoa com surpresa lá dentro.